quarta-feira, 30 de novembro de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

                                                                                                                    Cristiane machado
       Abordamos aqui o tema da violência contra crianças e adolescentes, partindo do fato de que na sociedade contemporânea a violência é tão usual, anunciada e discutida com tanta frequência que somos levados a crer que sabemos muito sobre ela. Tomamos o evento violento como um mal necessário e uma condição quase indissociável da vida moderna ,dispomos de poucos elementos que nos permitam compreender a natureza dos eventos violentos ,não sendo possível fazer referências a causas ou consequência da violência ,mas somente às relações verificáveis entre esses eventos .
    Diversos campos buscam compreender os fenômenos da violência, entre eles a medicina, psicologia, assistência social, ciência jurídica e  antropologia. A família, como núcleo e centro de proteção da criança, foi rompida, pois, muitas vezes, a violência é praticada por algum de seus membros, acarretando uma gama de sequelas para a criança. Esses efeitos variam de ferimentos externos até distúrbios psíquicos que podem incluir agressividade, ansiedade e depressão. 
É impossível restringirmos esse tema a  um único conceito, alguns deles sendo:
- A violência contra a criança estaria associada à violência estrutural; a delinquência caracteriza a violência praticada por jovens e crianças, podendo se manifestar de diversas formas, sendo que a violência domestica permeia todas as classes sociais;
- O abuso físico contra crianças, nos anos 60 era dano não acidental; já nos anos 70, enfatizaram-se definições centrais de intencionalidade. Nos anos 80, as motivações inconscientes são destacadas.
       No Brasil, foi adotado a intencionalidade como critério para qualificar o ato enquanto violência, levando em conta o grau de comprometimento físico e psíquico. Por isso, é importante o profissional que vai trabalhar nessa área  reconhecer a violência independente de sinais e indícios, estando preparado para lidar com o problema ,que muitas é negado ou escamoteado pela criança e pela família. 
    Tipos de violência praticada contra crianças e adolescentes:
Violência familiar: acontece em qualquer classe social, cultural ou  econômica, configurando a mais complexa e dolorosa, de difícil solução e, consequentemente, a mais difícil de ser combatida. Muitas vezes o agressor é o pai, depois outros familiares (padrastos, tios, avós)
Violência sexual: consiste em todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual em que o agressor está em estagio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou adolescente.
Negligência: para Mesquita (2009):
Caracteriza-se pela omissão do responsável pela criança, no provimento das necessidades básicas, principalmente afetivas, de saúde, de higiene, de alimentação.
Violência Psicológica: rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, cobranças exageradas, punições humilhantes e utilização da criança ou adolescente para atender às necessidades psíquicas dos adultos.
   Concluimos que a violência contra crianças e adolescentes é um fenômeno social que sempre existiu, sendo que agora, através de políticas públicas de enfrentamento, está mais evidenciado. Este problema de ordem social envolve falhas,desafios e necessidade de superação para todos os envolvidos.
   As situações de risco em que as pessoas estão envolvidas não dependem da vontade pessoal delas, é preciso reconhecer a complexa interação entre predisposição individual e  vulnerabilidade. A criação do ECA, em 1990, nasceu do principio de proteger os mais vulneráveis, porém, a realidade está bastante distante do modelo estabelecido por este estatuto. Tratar desse assunto implica a luta pela criação de uma rede de proteção à criança e adolescente, que necessita da atuação de toda a sociedade, unida em um trabalho coletivo multiprofissional
Referencias:
GONSALVES; BRANDÃO, Psicologia Jurídica no Brasil, 2.ed. Rio de Janeiro: 2005.
MESQUITA, Joelsa, Intervenção Sistêmica de Crianças e Adolescentes Vitima de Violência Domestica. Artigo do relatório da IV e V Jornadas Estaduais contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 2009.

Um comentário:

  1. Oi Cris!
    Escolhi teu post para comentar, pois achei muito interessante.Como já tinha tratado no meu post, muitas vezes os adultos deixam sobressair seus desejos aos das crianças e adolescentes e a violência também é uma forma de demonstrar isso.
    Quando esses sujeitos não correspondem aos desejos dos pais ou de outros adultos, os xingamentos começam a surgir, depois as pancadas,...
    É preciso que a sociedade repense os desejos colocados nos jovens que, na verdade, não são deles.
    Abraço!
    Luana Cechin

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